quarta-feira, 11 de março de 2009

O Peru de Natal

Nunca fui fã de Natal. Aliás, cortando o assunto mal começado, estou sem ideias para escrever. Então colocarei um conto que achei ótimo, do Mário de Andrade. Divirtam-se!

O nosso primeiro Natal de família, depois da morte de meu pai acontecida cinco meses antes, foi de conseqüências decisivas para a felicidade familiar. Nós sempre fôramos familiarmente felizes, nesse sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem brigas internas nem graves dificuldades econômicas. Mas, devido principalmente à natureza cinzenta de meu pai, ser desprovido de qualquer lirismo, de uma exemplaridade incapaz, acolchoado no medíocre, sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida, aquele gosto pelas felicidades materiais, um vinho bom, uma estação de águas, aquisição de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de um bom errado, quase dramático, o puro-sangue dos desmancha-prazeres.

Morreu meu pai, sentimos muito, etc. Quando chegamos nas proximidades do Natal, eu já estava que não podia mais pra afastar aquela memória obstruente do morto, que parecia ter sistematizado pra sempre a obrigação de uma lembrança dolorosa em cada almoço, em cada gesto mínimo da família. Uma vez que eu sugerira à mamãe a idéia dela ir ver uma fita no cinema, o que resultou foram lágrimas. Onde se viu ir ao cinema, de luto pesado! A dor já estava sendo cultivada pelas aparências, e eu, que sempre gostara apenas regularmente de meu pai, mais por instinto de filho que por espontaneidade de amor, me via a ponto de aborrecer o bom do morto.

Foi decerto por isto que me nasceu, esta sim, espontaneamente, a idéia de fazer uma das minhas chamadas "loucuras". Essa fora aliás, e desde muito cedo, a minha esplêndida conquista contra o ambiente familiar. Desde cedinho, desde os tempos de ginásio, em que arranjava regularmente uma reprovação todos os anos; desde o beijo às escondidas, numa prima, aos dez anos, descoberto por Tia Velha, uma detestável de tia; e principalmente desde as lições que dei ou recebi, não sei, de uma criada de parentes: eu consegui no reformatório do lar e na vasta parentagem, a fama conciliatória de "louco". "É doido, coitado!" falavam. Meus pais falavam com certa tristeza condescendente, o resto da parentagem buscando exemplo para os filhos e provavelmente com aquele prazer dos que se convencem de alguma superioridade. Não tinham doidos entre os filhos. Pois foi o que me salvou, essa fama. Fiz tudo o que a vida me apresentou e o meu ser exigia para se realizar com integridade. E me deixaram fazer tudo, porque eu era doido, coitado. Resultou disso uma existência sem complexos, de que não posso me queixar um nada.

Era costume sempre, na família, a ceia de Natal. Ceia reles, já se imagina: ceia tipo meu pai, castanhas, figos, passas, depois da Missa do Galo. Empanturrados de amêndoas e nozes (quanto discutimos os três manos por causa dos quebra-nozes...), empanturrados de castanhas e monotonias, a gente se abraçava e ia pra cama. Foi lembrando isso que arrebentei com uma das minhas "loucuras":

— Bom, no Natal, quero comer peru.

Houve um desses espantos que ninguém não imagina. Logo minha tia solteirona e santa, que morava conosco, advertiu que não podíamos convidar ninguém por causa do luto.

— Mas quem falou de convidar ninguém! essa mania... Quando é que a gente já comeu peru em nossa vida! Peru aqui em casa é prato de festa, vem toda essa parentada do diabo...

— Meu filho, não fale assim...

— Pois falo, pronto!

E descarreguei minha gelada indiferença pela nossa parentagem infinita, diz-que vinda de bandeirantes, que bem me importa! Era mesmo o momento pra desenvolver minha teoria de doido, coitado, não perdi a ocasião. Me deu de sopetão uma ternura imensa por mamãe e titia, minhas duas mães, três com minha irmã, as três mães que sempre me divinizaram a vida. Era sempre aquilo: vinha aniversário de alguém e só então faziam peru naquela casa. Peru era prato de festa: uma imundície de parentes já preparados pela tradição, invadiam a casa por causa do peru, das empadinhas e dos doces. Minhas três mães, três dias antes já não sabiam da vida senão trabalhar, trabalhar no preparo de doces e frios finíssimos de bem feitos, a parentagem devorava tudo e ainda levava embrulhinhos pros que não tinham podido vir. As minhas três mães mal podiam de exaustas. Do peru, só no enterro dos ossos, no dia seguinte, é que mamãe com titia ainda provavam num naco de perna, vago, escuro, perdido no arroz alvo. E isso mesmo era mamãe quem servia, catava tudo pro velho e pros filhos. Na verdade ninguém sabia de fato o que era peru em nossa casa, peru resto de festa.

Não, não se convidava ninguém, era um peru pra nós, cinco pessoas. E havia de ser com duas farofas, a gorda com os miúdos, e a seca, douradinha, com bastante manteiga. Queria o papo recheado só com a farofa gorda, em que havíamos de ajuntar ameixa preta, nozes e um cálice de xerez, como aprendera na casa da Rose, muito minha companheira. Está claro que omiti onde aprendera a receita, mas todos desconfiaram. E ficaram logo naquele ar de incenso assoprado, se não seria tentação do Dianho aproveitar receita tão gostosa. E cerveja bem gelada, eu garantia quase gritando. É certo que com meus "gostos", já bastante afinados fora do lar, pensei primeiro num vinho bom, completamente francês. Mas a ternura por mamãe venceu o doido, mamãe adorava cerveja.

Quando acabei meus projetos, notei bem, todos estavam felicíssimos, num desejo danado de fazer aquela loucura em que eu estourara. Bem que sabiam, era loucura sim, mas todos se faziam imaginar que eu sozinho é que estava desejando muito aquilo e havia jeito fácil de empurrarem pra cima de mim a... culpa de seus desejos enormes. Sorriam se entreolhando, tímidos como pombas desgarradas, até que minha irmã resolveu o consentimento geral:

É louco mesmo!...

Comprou-se o peru, fez-se o peru, etc. E depois de uma Missa do Galo bem mal rezada, se deu o nosso mais maravilhoso Natal. Fora engraçado:assim que me lembrara de que finalmente ia fazer mamãe comer peru, não fizera outra coisa aqueles dias que pensar nela, sentir ternura por ela, amar minha velhinha adorada. E meus manos também, estavam no mesmo ritmo violento de amor, todos dominados pela felicidade nova que o peru vinha imprimindo na família. De modo que, ainda disfarçando as coisas, deixei muito sossegado que mamãe cortasse todo o peito do peru. Um momento aliás, ela parou, feito fatias um dos lados do peito da ave, não resistindo àquelas leis de economia que sempre a tinham entorpecido numa quase pobreza sem razão.

— Não senhora, corte inteiro! Só eu como tudo isso!

Era mentira. O amor familiar estava por tal forma incandescente em mim, que até era capaz de comer pouco, só-pra que os outros quatro comessem demais. E o diapasão dos outros era o mesmo. Aquele peru comido a sós, redescobria em cada um o que a quotidianidade abafara por completo, amor, paixão de mãe, paixão de filhos. Deus me perdoe mas estou pensando em Jesus... Naquela casa de burgueses bem modestos, estava se realizando um milagre digno do Natal de um Deus. O peito do peru ficou inteiramente reduzido a fatias amplas.

— Eu que sirvo!

"É louco, mesmo" pois por que havia de servir, se sempre mamãe servira naquela casa! Entre risos, os grandes pratos cheios foram passados pra mim e principiei uma distribuição heróica, enquanto mandava meu mano servir a cerveja. Tomei conta logo de um pedaço admirável da "casca", cheio de gordura e pus no prato. E depois vastas fatias brancas. A voz severizada de mamãe cortou o espaço angustiado com que todos aspiravam pela sua parte no peru:

— Se lembre de seus manos, Juca!

Quando que ela havia de imaginar, a pobre! que aquele era o prato dela, da Mãe, da minha amiga maltratada, que sabia da Rose, que sabia meus crimes, a que eu só lembrava de comunicar o que fazia sofrer! O prato ficou sublime.

Mamãe, este é o da senhora! Não! não passe não!

Foi quando ela não pode mais com tanta comoção e principiou chorando. Minha tia também, logo percebendo que o novo prato sublime seria o dela, entrou no refrão das lágrimas. E minha irmã, que jamais viu lágrima sem abrir a torneirinha também, se esparramou no choro. Então principiei dizendo muitos desaforos pra não chorar também, tinha dezenove anos... Diabo de família besta que via peru e chorava! coisas assim. Todos se esforçavam por sorrir, mas agora é que a alegria se tornara impossível. É que o pranto evocara por associação a imagem indesejável de meu pai morto. Meu pai, com sua figura cinzenta, vinha pra sempre estragar nosso Natal, fiquei danado.

Bom, principiou-se a comer em silêncio, lutuosos, e o peru estava perfeito. A carne mansa, de um tecido muito tênue boiava fagueira entre os sabores das farofas e do presunto, de vez em quando ferida, inquietada e redesejada, pela intervenção mais violenta da ameixa preta e o estorvo petulante dos pedacinhos de noz. Mas papai sentado ali, gigantesco, incompleto, uma censura, uma chaga, uma incapacidade. E o peru, estava tão gostoso, mamãe por fim sabendo que peru era manjar mesmo digno do Jesusinho nascido.

Principiou uma luta baixa entre o peru e o vulto de papai. Imaginei que gabar o peru era fortalecê-lo na luta, e, está claro, eu tomara decididamente o partido do peru. Mas os defuntos têm meios visguentos, muito hipócritas de vencer: nem bem gabei o peru que a imagem de papai cresceu vitoriosa, insuportavelmente obstruidora.

— Só falta seu pai...

Eu nem comia, nem podia mais gostar daquele peru perfeito, tanto que me interessava aquela luta entre os dois mortos. Cheguei a odiar papai. E nem sei que inspiração genial, de repente me tornou hipócrita e político. Naquele instante que hoje me parece decisivo da nossa família, tomei aparentemente o partido de meu pai. Fingi, triste:

— É mesmo... Mas papai, que queria tanto bem a gente, que morreu de tanto trabalhar pra nós, papai lá no céu há de estar contente... (hesitei, mas resolvi não mencionar mais o peru) contente de ver nós todos reunidos em família.

E todos principiaram muito calmos, falando de papai. A imagem dele foi diminuindo, diminuindo e virou uma estrelinha brilhante do céu. Agora todos comiam o peru com sensualidade, porque papai fora muito bom, sempre se sacrificara tanto por nós, fora um santo que "vocês, meus filhos, nunca poderão pagar o que devem a seu pai", um santo. Papai virara santo, uma contemplação agradável, uma inestorvável estrelinha do céu. Não prejudicava mais ninguém, puro objeto de contemplação suave. O único morto ali era o peru, dominador, completamente vitorioso.

Minha mãe, minha tia, nós, todos alagados de felicidade. Ia escrever «felicidade gustativa», mas não era só isso não. Era uma felicidade maiúscula, um amor de todos, um esquecimento de outros parentescos distraidores do grande amor familiar. E foi, sei que foi aquele primeiro peru comido no recesso da família, o início de um amor novo, reacomodado, mais completo, mais rico e inventivo, mais complacente e cuidadoso de si. Nasceu de então uma felicidade familiar pra nós que, não sou exclusivista, alguns a terão assim grande, porém mais intensa que a nossa me é impossível conceber.

Mamãe comeu tanto peru que um momento imaginei, aquilo podia lhe fazer mal. Mas logo pensei: ah, que faça! mesmo que ela morra, mas pelo menos que uma vez na vida coma peru de verdade!

A tamanha falta de egoísmo me transportara o nosso infinito amor... Depois vieram umas uvas leves e uns doces, que lá na minha terra levam o nome de "bem-casados". Mas nem mesmo este nome perigoso se associou à lembrança de meu pai, que o peru já convertera em dignidade, em coisa certa, em culto puro de contemplação.

Levantamos. Eram quase duas horas, todos alegres, bambeados por duas garrafas de cerveja. Todos iam deitar, dormir ou mexer na cama, pouco importa, porque é bom uma insônia feliz. O diabo é que a Rose, católica antes de ser Rose, prometera me esperar com uma champanha. Pra poder sair, menti, falei que ia a uma festa de amigo, beijei mamãe e pisquei pra ela, modo de contar onde é que ia e fazê-la sofrer seu bocado. As outras duas mulheres beijei sem piscar. E agora, Rose!...

quarta-feira, 4 de março de 2009

Continuemos...

Então, continuemos na linha do nada com nada/ loucura/ insanidade/ lalala/ desabafo/ raiva. É isso aí mesmo, gostei. Melhor aproveitar, logo muda, não é?
Mosquitos realmente incomodam. Os repilo, mas não com repelente, esse é o problema (tenho que parar com essas piadas). Sim, está calor, muito. Voltei suando que nem um porco louco hoje no metrô (que nojo). Meu cabelo fica uma porcaria pior do que já é (não que eu ligue muito, mas de qualquer forma fica).
Que raiva! Fui tentar mudar, fazendo mais furos na orelha. Bem, não tem dado certo. O da orelha direita conseguiu ficar meio fechado, e dói quando tento abrir. Tive uma prova surpresa hoje, que lindo. Uma prova bem divertida, baseada em objetivos, do tipo: "dadas duas questões, acertar no mínimo duas". Ou seja, tudo ou nada.
Minha vontade de tocar gaita não passou e ainda estou meio gripado. Tem um saco de gelo na mesa do computador, ao meu lado, pra eu colocar na orelha. É, pra melhorar a dor...
Se alguma professora de redação lesse esse texto encheria meu saco. Vou e volto no assunto. Mas dane-se, hoje não seguirei esquemas. "Free as a bird" (que droga).
Prometi desenhos insanos. Os colocarei, hoje mesmo se possível. Como sempre, não digo que estão bons. Aliás, esses estão péssimos, mas ficaram expressivos (tá, nem tanto).
Formigas estão andando pela mesa procurando resquícios do meu suco de laranja. Ah, como odeio formigas. Sim, eu odeio muita coisa. Às vezes sou velho, outras novo, um ranzinzacricri.
Preciso marcar meu psicólogo. Só que também ando sem tempo, já que agora começam as provas. Logo cedo, merda. O tempo passa rápido... A rotina me deixa preso demais a ele. Isso, pronto. Melhor eu tirar o copo de suco antes que minha casa seja dominada por formigas mutantes.

terça-feira, 3 de março de 2009

Boa noite, noite

Ok, não vou postar coisa com coisa pra combinar com o meu colega de blog. To cansada, to inchada, comi donut de chocolate, jantei pessimamente mal. Tá um calor desgraçado. Eu adoro sapatos! To lascada, ja já lança o modelo baseado no Mágico de Oz da Melissa... Ai meu orçamento! Ainda mais com aulas de violino...
Bom, meu tempo vai acabar... Quando não estiver trabalhando, estarei estudando ou assitindo aula, ou tocando violino, ou dançando. É, pena que não deu pra pegar o japonês! Sabe, meu nariz ta entupido...
Quanto a fugir da "realidade" é maravilhoso. Cá entre nós, quem aguenta uma vidinha centrada nas relações sociais? Parece novela. Só serve pra trazer preocupação, a toa ainda. É tão bom ficar pensando o quão insignificante você é, parece que some com toda a culpa, angústia ou qualquer coisa do tipo, só pelo fato de você não valer nada. Enfim, voltando pra minha novelinha a la Pícara Sonhadora... Estou cansada, MUITO cansada, nem o chá tá fazendo efeito direito. As vezes me sinto um velhinho vendo novela, daqueles que começam a dormir do nada.
Esse calor é uma merda, quero o inverno de volta, e logo. Que seja o outono, já ia ajudar um pouco.
Tédio, cansei de escrever. Depois desenho alguma coisa, só não sei que dia.

Dã?

Sonhos foram destruídos bruscamente. Não tive a mínima chance de defesa nem de preparo mental (ah, coitado). Pois então... Era divertido sonhar. Eu deixava as preocupações de lado e viajava. Mas agora caí na realidade, e sinceramente o tombo doeu. E doeu lindamente, daqueles que você fica um tempo atortoado, sem saber o que houve. Como eu digo, não gostaria de ter sido acordado. Mas agora que fui, vamos lá! Irei me divertir um pouquinho. Às vezes é gostoso guardar um pouco de rancor, transformar sentimentos em ódio e etc. Chame de revoltado, do que quiser. É mais uma questão de defsa mesmo, já que não a tive da outra vez. Lembram? Sou instável. Então essa é provavelmente outra fase. Viram como conseguir mudar os sentimentos de um post para outro, sendo que escrevi os dois no mesmo dia? É, quando eu digo que sou louco... Preparem-se, texto raivoso pela frente!

Linda humanidade, vamos lá. Ainda me pergunto porque as pessoas são tão estúpidas. Questão de instinto? Não, não é. Percebe-se a futilidade em todos os cantos, principalmente quando se convive com adolescentes. Eu sei, sou um deles. Ah, exibicionismo é outra coisa bem presente, além de ausência de sentimento. Então, por hoje, foquemos nos adolescentes.
O consumismo é algo comum. Muito comum. Os mais afetados são os jovens, definitivamente. Cabeça fraca? Imaturidade? Talvez. Aliás, imaturidade é uma boa. Muitos pegam o dinheiro de seus pais pra comprar roupas de marca, celulares novos e etc. Ou até mesmo para ir em baladas buscar o sexo oposto. Até aonde vai a futilidade? Claro, até onde o dinheiro puder comprar. E não tem como falar em futilidade sem citar o exibicionismo.
É tudo feito para se destacar. Ter boas roupas e bens de consumo relativamente novos e caros é suficiente para aparecer nesse mundo? Os jovens não querem se destacar por inteligência. Hoje isso não deve ter mais valor pra eles. O jeito é usar de outros artíficios. Mas é estranho, pois todos pensam assim, logo todos estão cada vez mais iguais. Onde fica o destaque? Talvez seja mesmo questão de instinto, mas eu aposto mesmo na idiotice.
É difícil achar alguém hoje que se preocupa com as outras pessoas. O egoísmo tem reinado, e também está ligado com a futilidade e o exibicionismo. Todos andam tão preocupados com sua aparência perante a sociedade, que pouco ligam para quem realmente precisa de algo.
Conviver com isso é horrível. Não dá pra fechar os olhos, não sentir nojo, raiva. Mesmo se desse pra fechar os olhos, eu não queria. Não sei se tem jeito. Pessimista? Não, realista. =D

É...

Droga. Ando sem qualquer inspiração pra escrever algo decente aqui, então começarei a dizer o que vem na cabeça, sem filtro algum (seria minha fase modernista?). Enfim...
Hoje acordei mal. Fiquei delirando de madrugada com uma divertida febre, aliás, adoro quando isso acontece. Pior que de certa forma é verdade: só assim percebemos o que realmente passa por nossa cabeça. Então faltei na escola, no curso, e dormi muito, muito mesmo. O remédio que tomo deixa-me extremamente sonolento.
Ah, estou com vontade de tocar gaita. Não, nem me venha me perguntar nada. Queria deitar na cama e ficar tocando, mesmo sem saber, e depois dormir mais, claro. Está calor, não digo que é algo que me agrade, mas pelo menos já é noite, e isso é bom. Também estou com vontade de colocar Doors bem alto e viajar mentalmente pra longe. Só que ainda não tem um bom aparelho de som no meu quarto, e ainda tive a sorte de que a entrada USB do meu compuatdor está bugada, logo não posso colocar músicas no celular.
Estou sem voz. É a primeira vez que fico mesmo sem ela. Até ando achando engraçado, sabe? Não digo que me faz tanta falta assim, nunca fui bom com palavras ditas. Sou melhor com as escritas. De qualquer forma, nunca fui bom em me expressar.
No último fim de semana brinquei de fotógrafo. É... Não saiu nada bom, mas também nada muito ruim (nossa, minha auto-estima melhorou consideravelmente!). Quando estiver sem sono, colocarei alguma foto aqui, além de uns desenhos insanos que fiz. E sim, esses ficaram insanos mesmo.
Ah, vontade de sair na rua, e andar, andar e andar. Um passeio pela Paulista seria agradável agora. Eu gosto de andar por lá. Ah, nem sei o que quero. Ando querendo muitas coisas ultimamente. Ontem estava com vontade de ver filmes trash de terror, tomar leite com toddy, sorvete e comer chocolate. Bem, essa vontade ainda não passou. Mas ainda preciso melhorar minha garganta e etc.
A ideia de escrever o que vem na cabeça sem filtrar é boa, eu acho. Pena que quando não passa nada por sua cabeça, fica realmente difícil. Saco, não sei o que está acontecendo comigo.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ai, ai...

Estava aqui, ouvindo Lonely is the Word, do Sabbath, tentando pensar em algo para escrever. Até que o Amaury deu a idéia de escrever sobre coisas que me dão ânimo, e mudar um pouco o meu estilo depressivo. Fiquei um pouco receoso, mas percebi que nunca tinha tentado, e acho que pode ser divertido.
O que me faz viver? Sei que parece óbvio, mas é a própria vida. Saber que ainda tenho muito pela frente, ainda me dá um pouco de ânimo. Eu tenho acordado com dor no peito todos os dias, e permaneço com ela o tempo todo. Mas ainda assim tem algo... Uma inspiração que vem crescendo. Claro, admito que ouvir um Led e um Sabbath me deixa nostálgico, mas não é só. Ainda terei muitas noites, muitos dias, alegrias, tristezas. Se não fossem os desafios, qual seria a graça da vida?
Ainda quero conhecer, descobrir, aprender e muito. Quero ler mais e mais, desenhar, ouvir músicas, sentir mais a chuva, o cheiro das flores, enfim. Sei que parece estranho, mas uma coisa não contei: sou romântico. E ainda por cima, vejo beleza em coisas que as pessoas não costumam dar muito valor.
E por mais que eu não esteja me dando bem sendo bom (ou pelo menos tentando), não tenho muita vontade de mudar. O mundo anda muito igual. As pessoas andam muito iguais. E o pior é que ainda são estúpidas. Não, eu não quero ser assim. Dane-se o que pensam. Se não me encaixo nos padrões sociais, e aí? A graça também está nisso.
Sempre gostei de me desafiar. De tentar chegar aos meus limites. Quero fazer valer a vida que tenho. Salvar o que ainda vale a pena ser salvo. Perguntar e perguntar, tentando responder minhas perguntas. E mesmo as que não tiverem resposta... Pelo menos me ajudaram, me amadureceram.
Os detalhes são mágicos! Alguém hoje em dia olha para o fogo e sente arrepios, de tão lindo que é? Eu sinto. E não é só com o fogo... Mas com detalhes, com as simplicidades. Com o ato de acordar, de dormir. Der ver a luz da Lua, de sentir o calor do Sol, o vento no rosto, o frio da noite. É isso.
Não se empolguem muito. esse foi um momento bem vívido. Como ando meio instável, posso voltar aos sentimentos depressivos. Mas com o tempo melhorarei. E aí fica Lonely is The Word:


Solitária é a palavra

Este é um longo caminho para lugar algum
E eu estou partindo muito cedo
A caminho, nós passamos tão perto
Do lado de trás da lua
Ei junte-se ao viajante se você não tem para onde ir
Deixe sua cabeça de lado e pegue minha mão
É a única estrada que eu conheço

Oh! Solitário é a palavra, sim sim sim!

Eu fui mais alto do que o pó cósmico
Eu fui visto sobre o sol
Eu contava em milhões
Mas agora eu só conto de um em um
Venha se juntar ao viajante
Se você não tem para onde ir
Deixe sua cabeça de lado e pegue minha mão
É a única estrada que eu conheço

Sim, Solitário é a palavra
Tinha que ser a mais triste canção que eu já ouvi

Sim, Solitário é o nome

Tic Tac


Pronto, comecei. Para honrar o nome do blog, peguem uma xícara de café e vamos pensar um pouco. Fiquem tranquilos, não é nada de incrível, muito menos surpreendente. É algo extremamente comum, tão comum que não nos larga nunca: o tempo. Sempre tive certo fascínio por ele, portanto, nada melhor que escrever e relaxar. Não prometo nada de muito bom (eu disse que minha auto-estima era baixa), enfim.
O que é o tempo senão uma ilusão? Ah, claro, a grande maioria já pensa isso. Mesmo assim, ainda é difícil de imaginar. Mais difícil ainda é imaginar nossas vidas sem ele. Como seria? Tudo parado como naqueles filmes fictícios em que o herói aperta um botão e pára o tempo? Sei lá, oras, também sou humano.
Porém acredito (outras pessoas devem pensar isso também) que a passagem do tempo esteja intimamente ligada com sua fragmentação. Quanto mais o dividimos, mais o sentimos passar e passar e passar (alguns segundos se foram...). Não estou querendo que joguem seus relógios fora e virem maníacos que não olham a hora (seria engraçado, desculpem), pois hoje em dia não dá. Nos tornamos escravos dele. E ainda temos sua fragmentação natural, como o passar dos dias, por exemplo.
O que, então, devemos fazer? Nada. Mas imaginem suas vidas sem nenhum relógio e sem a percepção natural do tempo (em um dia sem fim, ou noite sem fim, como quiserem). Não concordam que nem o sentiríamos? Ou pelo menos seus efeitos diminuiriam, enfim.
Tentem olhar menos as horas (como eu disse, não precisa virar um maníaco). Peguem um fim de semana que não se tem nada para fazer, nenhuma obrigação, e fiquem sem olhar o relógio. E se possível, saiam, existem parques por aí, aproveitem a vida. Não digo aquela baboseira de carpe diem, pois não adianta. Com os humanos é na base do medo mesmo (ui), então, memento mori. Lembrem-se de que irão morrer, e tentem viver. Talvez isso seja contraditório ao que eu disse antes, mas reconsiderem, acho que vocês entenderam. E não liguem, sou maluco.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Olá!

Por favor, por favor, sem palmas (ah, claro). Bem, tentarei escrever algo interessante aqui. Não prometo nada muito divertido, já que meus textos são poucamente depressivos. Porém, não se preocupe, ainda tenho a ironia e o sarcasmo! Ops, desculpem-me, esqueci de me apresentar: meu nome é Vitor, tenho 17 anos, e... Sou de Capricórnio (tá, acho que isso não é importante, pelo menos não agora). Com o passar do tempo me conhecerão melhor, pelo menos é o que espero, certo?
Hum, tenho grandes problemas com auto-estima. Falando em problemas, os tenho com tudo, não é legal? Mas todos tem, bobeira minha.
Estou morrendo de medo desse blog se tornar entrar em colapso com a realidade, e é sério. Sou um pouco diferente da Cafê na questão "originalidade textual", mas isso que é divertido, não acham? A diferença, assimetria, o paradoxo. Ai, ai... Nem comecei e já estou viajando.
Tem gente que me acha velho demais, outros criança demais. Sinceramente não sei, o dia que eu me entender aviso (esperem sentadinhos, se já quiserem deitar nos lindos caixões, pode ser).
Bem, acho que por enquanto é só. Preparem-se para muitos desabafos e afins (em breve, calma)!

Chá



Adoraria dizer o quão eu não entendo de chá e passar horas citando diversas ervas... Mas o fato é que eu não entendo nada MESMO, mas mesmo assim, estou viciada. Lembro quando meu vício era café, minha mãe fazia e eu tomava pelo menos umas três canecas cheias enquanto estudava, e uma antes de sair de manhã. Comecei a perceber que não era um hábito tão saudável assim, então, resolvi parar com o café. Malditas dores de cabeça e sonolência que se seguiram nas primeiras semanas, enfim, depois de um tempo não sentia mais falta.
Esses dias, estava trabalhando e percebi que comecei a cochilar, e não foi um dia só, foram vários. Comecei a pensar em um meio de ficar acordada, algo que fizesse eu me sentir bem e não ter um arrepio com aquele café amargo horroroso de máquina. Qual foi a grande idéia brilhante? Chá preto! Não tive dúvida, na hora do almoço passei no mercado, comprei uma caneca e uma caixa de chá preto, dessas com 12 saquinhos. Bom, a caixa acabou em menos de uma semana mas minha sonolência melhorou.
Sabe, chá é ótimo naqueles dias cinzentos que só chove e você está congelando no ar condicionado na frente de um computador trabalhando, quando as pessoas mal olham pra você, um chá quente nessas horas é quase um abraço. Uma das melhores coisas é chegar em casa depois de um dia cansativo, fazer uma caneca de chá e um balde de pipoca, sentar na frente do computador e assistir Doctor Who. Poucas coisas me deixam tão bem. Pena que eu já vi todos os episódios lançados do relançamento de Doctor Who, me sobrando apenas Doctor House. Aaaah esses doutores e seus seriados viciantes.
Enfim, post curto esse, no próximo prometo que falo de uma das minhas paixões: ficção científica. Tá, não prometo exatamente, mas espero falar. De qualquer forma, parabéns ao novo membro.

Ps. Desenho feito por mim, não, não sou eu, sim, é chá.